Entrevista com Mary França e Eliardo França

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A escritora Mary França e o ilustrador Eliardo França formam um dos pares mais conhecidos da literatura infantil. Nasceram em Santos Dumont, uma pequena cidade em Minas Gerais. Conheceram-se, casaram e tiveram quatro filhos e seis netos e residem hoje em Juiz de Fora/MG.

Os primeiros livros da coleção Gato e Rato, dedicados especialmente à criança que está sendo alfabetizada, foram lançados em 1978 e, ainda hoje, o texto vivo e lúdico e as belíssimas ilustrações encantam milhares de crianças.

Seus livros já foram traduzidos para diversos idiomas e trouxeram muitos prêmios para a dupla, que vem construindo uma bela história na literatura brasileira. Conheça um pouco mais do casal Mary e Eliardo França que, há 50 anos, encanta brasileiros e estrangeiros e já soma mais de 300 livros publicados.

PNAE: Mary, como foi seu ingresso na literatura e como iniciou a carreira de ilustrador de Eliardo?

Mary: Comecei reescrevendo contos tradicionais brasileiros, mas logo descobri como era interessante construir os pequenos textos. Eliardo começou desenhando profissionalmente e conheceu um editor de livros infantis que desejava publicar livros com autores brasileiros, já que na época as publicações para crianças, em geral, eram contos tradicionais importados da Europa e dos Estados Unidos. Ele me trouxe este desafio: apresentar um texto para esta editora.

PNAE: Qual foi e quando foi publicado o primeiro livro juntos?

Mary: O primeiro livro foi “O Menino que Voa”. A noite de autógrafos foi na cidade de Santos Dumont numa comemoração de 100 anos da morte deste inventor do avião.

PNAE: Vocês formam um casal muito conhecido na literatura infantil. Como é viver essa parceria família e trabalho?

Mary: Hoje somos uma grande equipe. Além de Eliardo e eu, os filhos participam do processo da produção do livro. Tudo foi acontecendo tão naturalmente que não saberia dizer quando a equipe se formou. Todo o nosso trabalho passa pela filha Patrícia, que cuida dos arquivos digitais.

PNAE: Como é esta parceria? Um livro nasce a partir da história ou da ilustração? Como é esse processo de criação?

Mary: É uma parceria que, este ano de 2018, completa 50 anos. A ideia central de um livro pode surgir tanto para mim quanto para o Eliardo. A partir daí, conversamos, trocamos ideias, para criar todo o imaginário da história. Só depois de tudo bem redondinho é que partimos para o texto e ilustrações.

PNAE: Já são 40 anos da publicação dos primeiros livros da coleção Gato e Rato. Qual o segredo desse sucesso que encanta as crianças há tanto tempo?

Mary: Creio que ninguém sabe qual o verdadeiro segredo. A gente vai tentando. Cada vez que você vê seus leitores com interesse e alegria depois de ler sua história é um prêmio. Aliás, o verdadeiro prêmio.

PNAE: Eliardo, além de ilustrar também escreveu “O Rei de Quase-tudo”. Como foi essa experiência?

Mary: Eliardo, cada vez mais, gosta de escrever. Ano passado ele publicou mais dois livros com o texto dele. “O Rei de Quase-Tudo” é um filho querido. Trouxe muitos prêmios, foi publicado em outras línguas. É um livro para todos os tempos.

PNAE: Mary, além de Eliardo, outro ilustrador é seu filho Lucas. Como é essa parceria literária?

Mary: Sempre soubemos que Lucas tem talento como ilustrador. Ele próprio demorou para admitir e iniciou outras carreiras. No entanto, numa certa hora, desenhar foi mais forte que tudo. O que foi surpreendente é a capacidade que ele tem de acrescentar ideias através dos desenhos, além do meu texto.

PNAE: Quais dicas que vocês dão para os pais estimularem nos filhos o gosto pela leitura?

Mary: O que a criança mais gosta? Penso que é brincar. É através da brincadeira que ela vai formando seus conceitos do mundo em que vive. O livro deve fazer parte disso. Estar presente em toda estante de brinquedo, na casa de todas as pessoas. É bom lembrar que vivemos um tempo que oportuniza o desenvolvimento da nossa cognição. Hoje sabemos que ninguém nasce com uma dose determinada de inteligência. A inteligência se desenvolve, se adquire. A leitura é ferramenta indispensável neste processo.

PNAE: Muitas obras também foram traduzidas para outros idiomas. Qual o sentimento de vocês?

Mary: É sempre um estímulo para seguir em frente. Tive uma experiência de viver um tempo na Dinamarca e lá Eliardo e eu íamos às escolas contar histórias e desenhar para as crianças. Lá aprendi que a criança é a mesma em qualquer lugar do mundo. Ela quer brincar, rir e estar contente. Nossas histórias eram tão queridas lá quanto aqui no Brasil.

PNAE: Sobre o trabalho desenvolvido pelo PNAE, levando livros de Mary e Eliardo França para todo o Brasil, o que vocês têm a dizer?

Mary: PNAE é um grande parceiro, pois nossos objetivos são os mesmos: levar os livros a todo o canto do Brasil e fazer parte do que é muito importante para o Brasil: formar leitores. Acreditamos que juntos vamos fazer bons novos projetos.

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