Entrevista com o escritor Leo Cunha

Arquivo pessoal

Leo Cunha nasceu em 1966, em Bocaiúva (MG), e mora em Belo Horizonte desde 1968. Filho do médico Eunápio Antunes de Oliveira e da professora Maria Antonieta Antunes Cunha. Casou-se em 1996, com a publicitária Valéria Ayres Magalhães. É pai de Sofia (nascida em 2000) e André (2008).

Formou-se em Jornalismo (1991) e em Publicidade e Propaganda (1993), pela PUC-MG. É Mestre em Ciência da Informação - UFMG (1999) e Doutor em Artes pela Escola de Belas Artes - UFMG (2011). É professor universitário desde 1997, na PUC-Minas (pós-graduação) e no UniBH, onde também coordena o Laboratório de Jornalismo Impresso, desde 2011, e edita o Jornal Laboratório Impressão.

Escreveu mais de 60 livros, entre literatura infantil e juvenil, crônicas e poesia. Também publicou contos e poemas em diversas antologias. Seus livros receberam diversos prêmios no campo da literatura infantil e juvenil, entre os quais: João-de-Barro, Jabuti, Nestlé, FNLIJ, Biblioteca Nacional, Adolfo Aizen, Concurso Nacional de Histórias Infantis do Paraná.

Traduziu mais de 20 livros de literatura infantil e juvenil, do inglês e do espanhol. Escreveu três peças de teatro infantil, entre elas o musical "O que você vai ser quando crescer?", que estreou em Belo Horizonte em 2016 e teve dezenas de apresentações desde então.

Escreveu dezenas de letras de músicas, em parceria com compositores como Thelmo Lins, Bernardo Rodrigues, André Abujamra, Renato Lemos, Renato Villaça, Ana Paula Miqueletti, Wagner Cosse, Zebeto Correia, Zé Campelo, entre outros.

Leo Cunha concedeu uma entrevista para o PNAE onde fala da carreira, prêmios, inspiração para escrever, incentivo à leitura e do trabalho do PNAE.

PNAE: Como foi seu ingresso na literatura?

Leo Cunha: Publiquei minha primeira história aos 25 anos, em 1991, na revista Recreio. Foi a Sylvia Orthof – minha maravilhosa madrinha literária – que indicou o meu nome para a editora Abril. Em 1990, eu já tinha traduzido dois livros juvenis. E antes disso tudo, eu já era um leitor voraz de literatura infantil e juvenil. Minha mãe tinha uma livraria e ali, na infância e adolescência, eu descobri Monteiro Lobato, João Carlos Marinho, Cecília Meireles, Ruth Rocha, Joel Rufino, Ziraldo, Julio Verne, Robert Stevenson, Agatha Christie e muito mais.

PNAE: Em 1993 foram lançados os seus primeiros livros, "Pela Estrada Afora" e "O sabiá e a girafa", que renderam o prêmio de Autor Revelação no Jabuti e na FNLIJ. Como foi esse reconhecimento já no início da carreira de escritor?

Leo Cunha: Foi muito importante porque, desde o início da carreira, enxergaram meus livros como um trabalho de qualidade literária, e não apenas de um jovem escritor filho de uma livreira e professora de literatura. Os prêmios me deram confiança para abrir portas e caminhos no universo da literatura infantil.

PNAE: Você já escreveu mais de 60 livros, entre literatura infantil e juvenil, crônicas e poesia. De onde vem tanta inspiração?

Leo Cunha: Acredito que a inspiração vem simplesmente de estar atento ao mundo, às pessoas, às palavras. As ideias vêm das histórias que a gente lê (e vê no cinema e na tv), das pessoas que conhece, dos causos que os amigos e vizinhos nos contam. A inspiração é uma mistura de tudo isso, e não algo mágico ou místico.

PNAE: Com tantos livros publicados, o que você sente quando um novo livro fica pronto?

Leo Cunha: Cada novo livro é a mesma sensação. Gosto de folhear, reler, cheirar, fotografar, mimar o filhotinho com postagens carinhosas nas redes sociais.

PNAE: Como é feita a escolha do ilustrador para seus livros, já que, principalmente na literatura infantil, os desenhos têm a mesma importância do texto?

Leo Cunha: Cada caso é um caso. Em alguns livros, eu escrevo um texto e a editora é quem seleciona um ilustrador. Em outros casos, eu e o ilustrador já bolamos juntos o livro, e apresentamos o projeto mais ou menos pronto, para a editora.

PNAE: De que forma os pais podem e devem incentivar a leitura para que as crianças deixem um pouco de lado tablets e celulares?

Leo Cunha: Não acho que é preciso deixar de lado os celulares, mas sim incentivar a leitura de livros como outra opção de cultura e diversão. Meu filho, por exemplo, não gosta muito de ler sozinho, mas adora que eu leia para ele, ou com ele. O mais importante é que os pais garantam o acesso da criança aos livros, de uma forma ou de outra. Na escola, os professores também podem e devem encantar a meninada lendo poemas, trechos de histórias, ou mesmo histórias inteiras.

PNAE: Em relação à Tribos Editora, onde já foram publicados os livros “BAMMM! A Banda mais Monstruosa do Mundo” e “As Aventuras de Gulliver e Lilliput”, o que você gostaria de dizer?

Leo Cunha: A Tribos é uma editora que capricha muito na produção dos livros, que são sempre bonitos e bons de folhear. São objetos fascinantes. Também acho interessante o fato de a editora se interessar por temas incomuns, como o do BAMMM e de A Menina que Inventava Nomes, meu próximo livro com a editora.

PNAE: Sobre o trabalho desenvolvido pelo PNAE, levando livros para todo o Brasil, o que você tem a destacar?

Leo Cunha: É um trabalho admirável, um esforço incansável para cruzar esse imenso país de cima para baixo, de um lado para o outro, apresentando uma grande gama de opções de leitura para a meninada.

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